Fundação Calouste Gulbenkian apoia AAPEF
Foi há praticamente um ano que um incêndio de grande dimensão devastou a cordilheira central da ilha, incluindo o trabalho que a AAPEF vinha realizando desde 2001 no Pico do Areeiro e desde 2005 no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha.
Graças ao contributo inestimável de voluntários, não baixámos os braços e continuamos a trabalhar para trazer de volta às zonas altas da ilha a cobertura florestal indígena.
Além do trabalho de limpeza dos corpos calcinados de árvores e arbustos, formando barreiras ao longo das curvas de nível, foi criado um viveiro de plantas indígenas no Funchal que, graças ao trabalho dedicado de voluntários e ao contributo de cidadãos anónimos, já forneceu as primeiras plantas pioneiras que foram plantadas no Inverno passado no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha e áreas vizinhas. Também cresceu ao ponto de já ter alguns milhares de plantas em condições de serem transferidas para as plantações de altitude a partir de Outubro.
Este trabalho mereceu mais uma vez o reconhecimento da Fundação Calouste Gulbenkian que, através do Programa Gulbenkian Ambiente, decidiu agora conceder um apoio no valor de €7.000 à nossa Associação, para a recuperação da biodiversidade no Pico do Areeiro e Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha.
Aproveitamos esta oportunidade para agradecer à Fundação Gulbenkian o continuado apoio que nos tem concedido, bem como a outras empresas e entidades oficiais, cidadãos anónimos, sócios e outros voluntários, que têm das mais diversas formas contribuido para o objectivo fundamental da AAPEF - criar oásis num deserto de montanha.
Aqui fica também um pequeno resumo fotográfico do que foram para a AAPEF os 12 meses passados.
13 de Agosto de 2010: Nuvens de fumo cobrem o Funchal. Tarde demais.
13 de Agosto de 2010: Sob um céu vermelho de sangue.
13 de Agosto de 2010: As nuvens de fumo são tão densas que o Sol se pode ver a olho nu, sem filtros.
14 de Agosto de 2010: O dia seguinte... o fogo já passou e deixa uma paisagem devastada, de esqueletos calcinados. E uma levadinha histórica, que provavelmente não mais será.
14 de Agosto de 2010: Nem as pedras resistem.
14 de Agosto de 2010: O trabalho de uma vida, reduzido a cinzas.
21 de Agosto de 2010: O fim da cabana Dr. Rui Silva (Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha)
21 de Agosto de 2010: com os despojos da destruição de uma semana antes, o artista plástico Rigo 23 realiza um memorial - "Desgosto 2010" - no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha.
Desde Setembro de 2010: Limpando uma floresta de carvão.
Desde Setembro de 2010: Formando barreiras ao longo das curvas de nível com a matéria morta.
Novembro de 2010: 3 meses depois, os primeiros sinais de esperança. Rebentos de Uveira-da-serra (Vaccinium padifolium) começam a aparecer junto aos cortes de touça.
Janeiro de 2011: Criado o viveiro de plantas indígenas na Quinta Jardins do Lago, as primeiras pioneiras são levadas para a serra para plantação.
Março de 2011: Enfrentando um período mais alongado de neve e gelo nos picos da ilha, que faz recear o pior, as jovens plantas resistem. Envolvidas em estilha recebem a protecção que necessitam para crescer e fazer face a mais dificuldades.
Junho de 2011: Renascer. A cor começa a regressar ao Cabeço da Lenha.
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