22 julho 2012

Renascer das Cinzas

01-21.07.12

Os incêndios de Agosto de 2010 destruíram grande parte da formação vegetal do quarto andar fitoclimático da ilha da Madeira. Os fogos dos últimos dias têm atacado essencialmente áreas suburbanas.

A recuperação do património edificado destruído pelo fogo e a limpeza dos matagais para reduzir o risco de uma nova onda de fogos são tarefas urgentes, que exigirão um enorme empenhamento da população, que deverá habituar-se a cooperar voluntariamente para além dos momentos de catástrofe.

No entanto, não poderá ser colocado em segundo plano o esforço de recuperação da biodiversidade das terras altas do maciço montanhoso central. Ciente da importância deste objectivo, a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal realizou ontem mais uma jornada de trabalho.

Os 24 voluntários estiveram empenhados na rega das pequenas plantas, na produção e colocação de estilha nas caldeiras com o objectivo de enriquecer o solo pedregoso em matéria orgânica e aumentar a retenção da água, limpeza de infestantes (Ulex europaeus e Cytisus scoparius) e colheita de sementes das plantas endémicas que floriram na Primavera (Argyranthemum haematomma, Argyranthemum pinnatifidum subsp. pinnatifidum, Echium candicans, Geranium palmatum, Ranunculus cortusifolius).

Esta e as outras acções já programadas até ao fim do ano inserem-se no projecto RENASCER DAS CINZAS, que a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal iniciou a 21 de Agosto de 2010.

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Texto e fotos de Raimundo Quintal

19 julho 2012

As cinzas da morte e as cores da vida

15-Quinta do Palheiro Ferreiro-19.07.12

A Quinta do Palheiro Ferreiro é uma das jóias do património da Madeira. Há cerca de trinta anos que estudo as cerca de 700 espécies de plantas que povoam a mais emblemática quinta madeirense, presença frequente nos melhores manuais de jardins da Europa.

Depois duma noite muito mal dormida subi pela manhã até um dos meus refúgios predilectos para com os meus olhos constatar o estado do jardim e do arboreto.

Como é possível confirmar pelas fotografias, no Ribeiro do Inferno, na área do Avista Navios e na zona da entrada principal a vegetação sofreu graves danos. No Main Garden, no Long Border e no Jardim da Senhora toda a flora está intacta. A casa da família Blandy e a Casa Velha do Palheiro não foram atingidas pelo lume. Um pouco mais sossegado regressei a casa, mas logo comecei a ouvir as notícias do pânico das populações das freguesia de Gaula e da Camacha. Neste momento, com esta temperatura elevada, vento forte e humidade relativa tão baixa, lembro-me duma frase do presidente Ronald Regan, quando na Califórnia o questionaram sobre a estratégia para combater um terrível fogo: “Rezem para que chova!”

Mas depois da extinção do fogo, há muito para fazer de forma a reduzir a frequência e a intensidade dos incêndios florestais no Verão, e das aluviões no Outono e Inverno.

Chega de discursos inflamados, de arrogância e de protagonismos bacocos. Os madeirenses terão de escolher entre as cinzas da morte e as cores da vida!

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Texto e fotos de Raimundo Quintal