13 novembro 2011

Recuperação da biodiversidade
e enriquecimento cultural
(12 de Novembro de 2011)

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Quem passou o dia de ontem na baixa do Funchal não percebeu as razões do alerta amarelo difundido pelo Instituto de Meteorologia. Pelo que me informaram o sol brilhou e o vento não passou de uma brisa. Mas quem subiu pela manhã para o Pico do Areeiro entendeu facilmente que as previsões meteorológicas são muito mais fiáveis e douradoras que as dos economistas que diariamente nos traumatizam em tudo o que é meio de comunicação. A probabilidade de acertar no estado do tempo é elevada para o prazo máximo de uma semana!

Vem esta conversa a propósito da actividade de plantação que a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal realizou durante todo o dia de ontem a cerca de 1500 metros de altitude. As rajadas de vento, os aguaceiros e o frio estiveram presentes, confirmando o aviso que nos tinha sido feito. Mas sabíamos ao que íamos. O mau tempo para os plantadores era uma refresco para as plantas.

À tarde, quando o vento já se tinha cansado e o sol espreitava timidamente entre as nuvens escuras, loureiros, tis, vinháticos, sanguinhos, folhados, piornos, urzes-molares, urzes-das-vassouras, cabreiras, estreleiras e aipos-do-gado estavam carinhosamente plantados. Na Achada Grande e no Cabeço da Lenha ficaram a viver mais seis centenas de plantas de espécies indígenas da Madeira. Esta jornada em prol da recuperação da biodiversidade foi igualmente um momento de enorme enriquecimento cultural. Dois indianos, uma indonésia, um grego e um madeirense, investigadores no Madeira Interactive Technologies Institute, e uma professora norte americana da Universidade de Carnegie Mellon substituiram por umas horas os sensíveis computadores e o ar condicionado dos gabinetes, pelos duros cabos das enxadas e a revigorante atmosfera dos píncaros da Madeira.

Habituados a receber de braços abertos todos os que sobem à montanha para lhe ajudar a recuperar a beleza original, os monitores da Associação não se cansaram de ensinar os segredos para o sucesso das jovens plantas. E foi reconfortante sentir o enorme entusiasmo e a competência com que os novos amigos trabalharam.

A infusão de hortelã-de-cabra ajudou a suportar o frio e a aquecer os corações irmanados no princípio universal do respeito pela Natureza.

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Texto de Raimundo Quintal. Fotos de Raimundo Quintal e Emanuel Rocha.