Trabalho Voluntário no Pico do Areeiro
(25 de Setembro de 2010)
O que o fogo destruiu em poucas horas na cordilheira central da Ilha da Madeira, demorará muitos anos a recuperar e exige um longo e paciente trabalho com o objectivo de evitar que a nova sucessão biológica seja dominada por espécies pirófilas oportunistas, que pintarão de verde o deserto pedregoso mas que criarão enormes dificuldades à recuperação da biodiversidade dum ecossistema que a União Europeia adoptou como Zona Especial de Conservação da Rede Natura 2000.
A expansão da carqueja (Ulex europeus) e da giesta (Cytisus scoparius) ou a plantação de resinosas exóticas como espécies pioneiras são práticas contraditórias com a filosofia conservacionista da Rede Natura 2000. Assim sendo, na extremidade mais alta do Parque Ecológico do Funchal, no Pico do Areeiro, e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha apenas deverão ser plantadas espécies indígenas para que paisagem reencontre o caminho certo em direcção ao estado natural.
No Sábado passado mais de meia centena de voluntários trabalharam afincadamente na limpeza das árvores e arbustos queimados, tarefa que se estenderá por muitos meses. Mas não se limitaram a cortar. Nas áreas de maior declive, colocaram os troncos e os ramos ao longo das curvas de nível, formando barreiras contra a erosão.
Os ramos mais finos estão a ser estilhaçados para produzir composto, que será muito importante no enriquecimento do solo e na taxa de sucesso da plantação.
Entretanto, na área plana do Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, onde há disponibilidade de água de nascente, foram plantados os primeiros loureiros.
Para o próximo Sábado (2 de Outubro) a Associação dos Amigos do Parque Ecológico irá fazer um percurso pedonal, que para além dos habituais objectivos de análise e interpretação da paisagem, visará a colheita de sementes de espécies indígenas.
No Sábado seguinte (9 de Outubro) voltaremos ao trabalho no Pico do Areeiro, que foi uma das principais atracções turísticas da Madeira e que infelizmente está desfigurado pelo negro do fogo e pela enorme bola branca do radar militar.
Fotos de Marcelino Silva e Raimundo Quintal
1 Comentário(s):
caros amigos, muito obrigado pelo trabalho que estão a realizar.Que pena tenho não poder esear aí para ajudar.Mas hei-de ir.
Um abraço para todos.
A. lourenço- Lisboa
Enviar um comentário
<< Home