Visita de Estudo em Portugal Continental - parte 1:
Jardim e Museu Calouste Gulbenkian
(3 de Junho de 2010)
O Jardim
“É um caso raro em Portugal de harmonia entre arquitectura feita de betão e espaços verdes. Para além de um centro cultural por excelência, a Fundação Calouste Gulbenkian também é um símbolo da arquitectura paisagista, por sua vez também uma dimensão da cultura humana. A sua concepção deve-se aos arquitectos paisagistas António Viana Barreto e Gonçalo Ribeiro Telles.
Aqui, e ao contrário de muitos jardins, os arbustos assumem uma importância maior, atribuindo um carácter envolvente a este espaço, num toque selvagem, mas ordenado, oferecendo recantos intimistas no meio da vegetação.”
(in “Guia dos Parques, Jardins e Geomonumentos de Lisboa” – Câmara Municipal de Lisboa)
Entrada Norte do Jardim Calouste Gulbenkian
Ulmeiro (Ulmus carpinifolia) – árvore caducifólia – Europa, Norte de África, Sudoeste da Ásia
Espargo-de-folha-miúda (Asparagus setaceus) – trepadeira semi-herbácea – África do Sul
Uva-espim-dos-jardins (Berberis thunbergii ‘Atropurpurea’) – arbusto perenifólio – cultivar de espécie indígena do Japão
Cotoneáster (Cotoneaster pannosus) – arbusto perenifólio – China
Murta (Myrtus communis ‘Buxifolia’) – arbusto perenifólio - cultivar de espécie indígena do Sul e Sudoeste da Europa
Azereiro ou Ginjeira-brava (Prunus lusitanica) – árvore perenifólia – Península Ibérica
Magnólia-de-flores-grandes (Magnolia grandiflora) – árvore perenifólia – Sudeste dos Estados Unidos da América
Bétula ou Vidoeiro (Betula pubescens) – árvore caducifólia – Europa Central até o Ocidente da Sibéria
Pitósporo-da-China (Pittosporum tobira) – arbusto perenifólio – China, Japão
Pilriteiro (Crataegus monogyna) – pequena árvore caducifólia – Europa
Romanzeira (Punica granatum) – arbusto ou pequena árvore perenifólia – Mediterrâneo Oriental até aos Himalaias
Rapaziada (Streptosolen jamesonii) – arbusto perenifólio – Colômbia, Peru
Verónica (Hebe x franciscana) – arbusto perenifólio – híbrido, origem hortícola
Filadelfo ou Falso-jasmim (Philadelphus coronarius) – arbusto caducifólio – Sul da Europa até ao Cáucaso
Nenúfar (Nymphaea cv.) – herbácea aquática – origem hortícola
Alfenheiro-da-China (Ligustrum sinense) – arbusto semi-decíduo – China
Azinheira (Quercus rotundifolia) – árvore perenifólia – Península Ibérica, Norte de África
Acanto ou Erva-gigante (Acanthus mollis) – herbácea perenifólia – Sudoeste da Europa, Noroeste de África
Massaroco (Echium candicans) – arbusto perenifólio – Madeira
Gnafalo (Helichrysum petiolare) – arbusto perenifólio – África do Sul
Cestro-púrpura (Cestrum elegans) – arbusto perenifólio – México
Folhado (Viburnum tinus) – arbusto perenifólio – Mediterrâneo
Rapazinhos (Salvia microphylla) – arbusto perenifólio – Arizona, Novo México, México
Loendro ou Sevadilha (Nerium oleander) – arbusto perenifólio – Mediterrâneo até o Oeste da China
Dama-da-noite (Cestrum nocturnum) – arbusto perenifólio – Antilhas
Tilia-prateada (Tilia tomentosa) – árvore caducifólia – Sul da Europa, Sudoeste da Ásia
Romanzeira (Punica granatum) – arbusto ou pequena árvore perenifólia – Mediterrâneo Oriental até aos Himalaias
Choupo-negro ou Álamo-negro (Populus nigra) – árvore caducifólia – Europa, Ásia Ocidental
Olaia ou Árvore-de-Judas (Cercis siliquastrum) – árvore caducifólia – Sudeste da Europa, Sudoeste da Ásia
Lantana (Lantana camara) – arbusto perenifólio – Antilhas até ao Brasil
Caniço (Phragmites australis) – herbácea perenifólia – regiões tropicais
Eucalipto (Eucalyptus globulus) – árvore perenifólia – Austrália
Coronilha ou Pascoinhas (Coronilla valentina subsp. glauca) – arbusto perenifólio – Mediterrâneo, Sul de Portugal
Amieiro (Alnus glutinosa) – árvore caducifólia – Europa, Norte de África, Oeste da Ásia
Bambú (Phyllostachys aurea) – herbácea perenifólia – Sudeste da China
Pitósporo-da-China (Pittosporum tobira) – arbusto perenifólio – China, Japão
Zimbro (Juniperus horizontalis) – arbusto perenifólio – América do Norte
Tilia-de-folhas-pequenas (Tilia cordata) – árvore caducifólia – Europa
Clivia (Clivia nobilis) – herbácea perenifólia – África do Sul
Lantana (Lantana camara ‘Snowflake’) - arbusto perenifólio – cultivar duma espécie originária das Antilhas até ao Brasil
Choupo-branco (Populus alba) – árvore caducifólia – Europa até à Sibéria, Norte de África
Evónio-dos-jardins (Euonymus japonicus ‘Aureopictus’) – arbusto perenifólio – cultivar duma espécie originária da China, Coreia, Japão
Madressilva (Lonicera japonica) – trepadeira semi-lenhosa, perenifólia – China, Japão
Cotoneáster (Cotoneaster horizontalis) – arbusto semi-perenifólio – China
Plátano (Platanus x acerifolia) – árvore caducifólia – híbrido de origem hortícola
Incenseiro (Pittosporum undulatum) – árvore perenifólia – Austrália
Violeteira-do-Brasil (Duranta erecta) – arbusto perenifólio – Flórida (EUA) até ao Brasil
Azinheira (Quercus rotundifolia) – árvore perenifólia – Península Ibérica, Norte de África
Escalónia (Escallonia bifida) – arbusto perenifólio – Brasil, Uruguai
Escalónia (Escallonia rubra) – arbusto perenifólio – Chile, Argentina
Plumas-de-seda (Pennisectum villosum) – herbácea – montanhas do Nordeste da África Tropical
Murta (Myrtus communis) – arbusto perenifólio – Mediterrâneo
Árvore-do-fumo ou Cotino (Cotinus coggygria) – arbusto semi-perenifólio – Sul da Europa até ao Centro da China
Aquilégia (Aquilegia cv.) – herbácea – origem hortícola
Lírio-dum-dia (Hemerocallis fulva) – herbácea – China, Japão
O Museu
O Coleccionador: Calouste Sarkis Gulbenkian
A paixão de Calouste Gulbenkian pela arte revela-se cedo. Como poderia ser de outro modo nesta família oriunda da Capadócia cuja cidade de origem Cesareia evoca naturalmente o nascimento das grandes religiões e consequentemente a paixão pelas artes? Quanto a Constantinopla que faz também parte do cerne da educação de Calouste Gulbenkian esta cidade era por excelência uma encruzilhada de civilizações (capital dos Romanos, depois dos Gregos e mais tarde dos Turcos Otomanos). Daí resultou uma paixão intrínseca pelas artes que se traduziu pela aquisição de uma colecção de obras de arte prodigiosa. É acima de tudo a beleza dos objectos que lhe interessa. Junta ao longo da vida, ao sabor das viagens e conduzido pelo seu gosto pessoal, por vezes após longas e laboriosas negociações com os melhores peritos e comerciantes especializados, uma colecção muito ecléctica, única no mundo. São hoje mais de 6000 peças, desde a Antiguidade até ao princípio do séc. XX. O seu apego às obras que vai adquirindo é tal que as considera suas filhas.
A colecção de pintura de Calouste Gulbenkian inclui obras de Bouts, Van der Weyden, Lochner, Cima de Conegliano, Carpaccio, Rubens, Van Dyck, Frans Hals, Rembrandt, Guardi, Gainsborough, Rommney, Lawrence, Fragonard, Corot, Renoir, Nattier, Boucher, Manet, Degas e Monet. De entre os trabalhos de escultura, figura o original em mármore da célebre Diana, de Houdon, que pertenceu a Catarina da Rússia, e que Gulbenkian adquiriu ao Museu Hermitage em 1930.
Ao longo dos anos, a colecção foi aumentando. Como medida de segurança, a colecção de Paris foi dividida e parte enviada para Londres. Em 1936, a colecção de arte egípcia foi confiada ao British Museum e os melhores quadros à National Gallery. Mais tarde, em 1948 e 1950, essas mesmas peças serão transferidas para a National Gallery of Art de Washington.
As delicadas deslocações das obras foram realizadas à custa de diligências fastidiosas e arriscadas. Era grande a preocupação de Gulbenkian no que respeitava à preservação do seu património e a forma de evitar o pagamento de impostos sobre o seu legado à medida que a sua colecção se ampliava. Em 1937, Calouste encetou discussões nesse sentido com Kenneth Clark, director da National Gallery em Londres para que a sua colecção ficasse num “Instituto Gulbenkian” naquela galeria. Esta iniciativa não tendo sido bem sucedida Calouste considerou mais tarde a National Gallery em Washington para onde tinha sido já transferida parte da sua colecção. Lord Radcliffe, o seu advogado britânico, torna-se o seu principal conselheiro e confidente no que respeita aos assuntos do seu património a partir de 1943. Não tendo sido tomada qualquer decisão até à morte de Calouste, acaba Radcliffe por assumir a solução desta questão. Sabe-se, no entanto, que Gulbenkian tinha muito empenho que a sua colecção ficasse sob um mesmo tecto para que as pessoas pudessem testemunhar o grande empreendimento criado por um só homem durante a vida.
Depois da sua morte e após árduas negociações com o Governo Francês e às condições em que o empréstimo à National Gallery of Art, de Washington, havia sido realizado, foi possível tornar este desejo realidade. A colecção completa veio para Portugal em 1960, tendo estado exposta no Palácio dos Marqueses de Pombal (Oeiras) entre 1965 e 1969.
Só 14 anos após a morte do ilustre coleccionador, o seu último desejo foi concretizado: o Museu Calouste Gulbenkian abriu as portas em Lisboa.
fonte: Fundação Calouste Gulbenkian
Arte Egípcia
Arte Greco-Romana
Arte da Mesopotâmia
Arte do Oriente Islâmico
Fragmento de tecido - Pérsia, Kashan, c. 1600 - Seda
Azulejo - Pérsia, período timúrida, século XV - Cerâmica, técnica de corda seca
Arte do Extremo Oriente
A História da Colecção
Calouste Gulbenkian começou a adquirir obras de arte, de modo sistemático, no final do século XIX, continuando a fazê-lo até 1953. A sua colecção inclui objectos de vários períodos e áreas: Arte Egípcia, Arte Greco-romana, Arte Islâmica e do Extremo Oriente e ainda Numismática, Pintura e Artes Decorativas europeias.
A frase “only the best is good enough for me” espelha bem os critérios de qualidade pelos quais se regia e a relação de afeição que desenvolvia com o objecto.
As suas peças eram adquiridas através de intermediários, directamente aos proprietários, públicos ou privados, ou em leilões. Apesar de um gosto definido, Calouste Gulbenkian sabia rodear-se de personalidades que o aconselhavam e nas quais confiava. Foi Sir Kenneth Clark, na altura director da National Gallery de Londres, que lhe aconselhou a compra, em 1943, do quadro As Bolas de Sabão de Manet. André Aucoc, joalheiro e ourives parisiense, teve um papel fulcral nas negociações com o Governo soviético para a compra, entre 1928 e 1930, de um importante espólio ao Museu do Hermitage em Leninegrado.
Quando desencantado com um objecto alienava-o da colecção sob a forma de presente, troca ou pagamento parcial.
Atento ao enriquecimento de colecções públicas, contribuiu com generosas ofertas, financeiras ou com peças, a instituições culturais como o Museu do Louvre, o Kunsthistorisches Museum de Viena ou o Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa.
Em 1938, com o núcleo da colecção definido, Calouste Gulbenkian manifestou o interesse em criar em Londres, junto à National Gallery, uma instituição que o pudesse albergar na totalidade. A esta ideia não foram alheios os recentes depósitos de algumas das obras maiores da sua colecção de pintura na National Gallery e de antiguidades egípcias no British Museum.
O projecto não viria a realizar-se, pelo eclodir da II Guerra Mundial e devido a incidente diplomático, ocorrido em 1942, quando o Governo inglês declarou Calouste Sarkis Gulbenkian como “technical enemy”, atribuição que vem a ser revogada no ano seguinte mas que Calouste Gulbenkian não esqueceria. Em 1947, aquando do restauro do edifício da National Gallery, em consequência dos bombardeamentos nazis, foi solicitado por Sir Philip Hendy, o novo director, para voltar a colocar em exposição as pinturas que cedera em 1938. O pedido não foi aceite até porque o anterior director, Sir Kenneth Clark, em quem o Coleccionador depositava total confiança, tinha-se entretanto demitido do lugar. Outra proposta para a criação em Londres de um Museu que albergasse a sua colecção viria a ser feita, no mesmo ano, por Sir Leight Ashton, o director do Victoria & Albert Museum. Ainda em 1947, idêntico convite foi feito pela National Gallery of Art, de Washington DC, propondo a Calouste Gulbenkian apresentar no seu espaço todas as obras que depositara em Londres. Assim, em 1948, foram enviadas para os Estados Unidos as antiguidades egípcias, depositadas no British Museum, e, em 1950, as pinturas cedidas à National Gallery de Londres.
O grande núcleo da colecção permaneceu contudo na sua casa na Avenue d’ Iéna, em Paris, imóvel que adquirira, em 1923, ao coleccionador Rodolphe Kann e que durante quatro anos sofreu grandes trabalhos de adaptação para instalar as obras de arte.
Quando Calouste Gulbenkian, em 18 de Junho de 1953, fez em Lisboa o seu testamento definitivo, decidiu que todas as suas obras de arte viessem para a capital portuguesa, e que, a par da Fundação que então se instituía, se edificasse um Museu para as proteger e exibir. O projecto de um Museu e da Fundação que projectara para Londres e que ponderara para Washington, seria deste modo materializado em Lisboa.
Enquanto se estudavam as propostas de edificação do Museu e da Sede da Fundação, é adquirido, em Oeiras, próximo de Lisboa, o Palácio Pombal que foi preparado para acolher as obras de arte na sua maioria provenientes de Londres, Washington e Paris.
De maior complexidade foram as negociações com o Governo francês que se opunha à saída de preciosidades provenientes dos Palácios Reais de Versalhes e Fontainebleau. Uma concertada acção jurídico-diplomática por parte da Administração da Fundação Gulbenkian, do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, e de André Malraux, então Ministro da Cultura do Governo francês, possibilitou a vinda para Lisboa, sem restrições, do resto da Colecção, o que viria a acontecer em 26 de Junho de 1960.
Pela primeira vez, sob um tecto provisório, as cerca de 6440 obras adquiridas por Calouste Gulbenkian, encontravam-se finalmente juntas como sempre sonhara.
A sua divulgação junto do público português foi feita através de apresentações de algumas obras em diversas exposições, nos inícios da década de 1960.
A partir de 20 de Julho de 1965, data do 10º Aniversário da morte do Fundador, cerca de 300 obras da Colecção Gulbenkian foram expostas ao público. Em 1969, as obras de arte deixaram o Palácio Pombal, para inaugurarem o novo Museu, finalmente “intact and grouped together as an entity”.
fonte: Fundação Calouste Gulbenkian
Arte Europeia
Arte do Livro
Pintura
Les Bretonnes au Pardon e detalhes - Pascal-Adolphe-Jean Dagnan-Bouveret (1852-1929) - França, 1887 - Óleo sobre tela
Escultura
São Martinho a cavalo partilhando a capa com um mendigo - França, 1531 - Calcário
Detalhe de “Flora” - Jean-Baptiste Carpeaux (1827-1875) - Londres, 1873 - Escultura em mármore
Artes decorativas
René Lalique
“Pavão” - René Lalique (1860-1945) - França, c. 1898-1900 - Peitoral em ouro, esmalte, opalas, diamantes
“Orquídeas” - René Lalique (1860-1945) - França, c. 1903-1904 - Diadema em marfim, chifre, ouro e topázio
“É um caso raro em Portugal de harmonia entre arquitectura feita de betão e espaços verdes. Para além de um centro cultural por excelência, a Fundação Calouste Gulbenkian também é um símbolo da arquitectura paisagista, por sua vez também uma dimensão da cultura humana. A sua concepção deve-se aos arquitectos paisagistas António Viana Barreto e Gonçalo Ribeiro Telles.
Aqui, e ao contrário de muitos jardins, os arbustos assumem uma importância maior, atribuindo um carácter envolvente a este espaço, num toque selvagem, mas ordenado, oferecendo recantos intimistas no meio da vegetação.”
(in “Guia dos Parques, Jardins e Geomonumentos de Lisboa” – Câmara Municipal de Lisboa)
Entrada Norte do Jardim Calouste Gulbenkian
Ulmeiro (Ulmus carpinifolia) – árvore caducifólia – Europa, Norte de África, Sudoeste da Ásia
Espargo-de-folha-miúda (Asparagus setaceus) – trepadeira semi-herbácea – África do Sul
Uva-espim-dos-jardins (Berberis thunbergii ‘Atropurpurea’) – arbusto perenifólio – cultivar de espécie indígena do Japão
Cotoneáster (Cotoneaster pannosus) – arbusto perenifólio – China
Murta (Myrtus communis ‘Buxifolia’) – arbusto perenifólio - cultivar de espécie indígena do Sul e Sudoeste da Europa
Azereiro ou Ginjeira-brava (Prunus lusitanica) – árvore perenifólia – Península Ibérica
Magnólia-de-flores-grandes (Magnolia grandiflora) – árvore perenifólia – Sudeste dos Estados Unidos da América
Bétula ou Vidoeiro (Betula pubescens) – árvore caducifólia – Europa Central até o Ocidente da Sibéria
Pitósporo-da-China (Pittosporum tobira) – arbusto perenifólio – China, Japão
Pilriteiro (Crataegus monogyna) – pequena árvore caducifólia – Europa
Romanzeira (Punica granatum) – arbusto ou pequena árvore perenifólia – Mediterrâneo Oriental até aos Himalaias
Rapaziada (Streptosolen jamesonii) – arbusto perenifólio – Colômbia, Peru
Verónica (Hebe x franciscana) – arbusto perenifólio – híbrido, origem hortícola
Filadelfo ou Falso-jasmim (Philadelphus coronarius) – arbusto caducifólio – Sul da Europa até ao Cáucaso
Nenúfar (Nymphaea cv.) – herbácea aquática – origem hortícola
Alfenheiro-da-China (Ligustrum sinense) – arbusto semi-decíduo – China
Azinheira (Quercus rotundifolia) – árvore perenifólia – Península Ibérica, Norte de África
Acanto ou Erva-gigante (Acanthus mollis) – herbácea perenifólia – Sudoeste da Europa, Noroeste de África
Massaroco (Echium candicans) – arbusto perenifólio – Madeira
Gnafalo (Helichrysum petiolare) – arbusto perenifólio – África do Sul
Cestro-púrpura (Cestrum elegans) – arbusto perenifólio – México
Folhado (Viburnum tinus) – arbusto perenifólio – Mediterrâneo
Rapazinhos (Salvia microphylla) – arbusto perenifólio – Arizona, Novo México, México
Loendro ou Sevadilha (Nerium oleander) – arbusto perenifólio – Mediterrâneo até o Oeste da China
Dama-da-noite (Cestrum nocturnum) – arbusto perenifólio – Antilhas
Tilia-prateada (Tilia tomentosa) – árvore caducifólia – Sul da Europa, Sudoeste da Ásia
Romanzeira (Punica granatum) – arbusto ou pequena árvore perenifólia – Mediterrâneo Oriental até aos Himalaias
Choupo-negro ou Álamo-negro (Populus nigra) – árvore caducifólia – Europa, Ásia Ocidental
Olaia ou Árvore-de-Judas (Cercis siliquastrum) – árvore caducifólia – Sudeste da Europa, Sudoeste da Ásia
Lantana (Lantana camara) – arbusto perenifólio – Antilhas até ao Brasil
Caniço (Phragmites australis) – herbácea perenifólia – regiões tropicais
Eucalipto (Eucalyptus globulus) – árvore perenifólia – Austrália
Coronilha ou Pascoinhas (Coronilla valentina subsp. glauca) – arbusto perenifólio – Mediterrâneo, Sul de Portugal
Amieiro (Alnus glutinosa) – árvore caducifólia – Europa, Norte de África, Oeste da Ásia
Bambú (Phyllostachys aurea) – herbácea perenifólia – Sudeste da China
Pitósporo-da-China (Pittosporum tobira) – arbusto perenifólio – China, Japão
Zimbro (Juniperus horizontalis) – arbusto perenifólio – América do Norte
Tilia-de-folhas-pequenas (Tilia cordata) – árvore caducifólia – Europa
Clivia (Clivia nobilis) – herbácea perenifólia – África do Sul
Lantana (Lantana camara ‘Snowflake’) - arbusto perenifólio – cultivar duma espécie originária das Antilhas até ao Brasil
Choupo-branco (Populus alba) – árvore caducifólia – Europa até à Sibéria, Norte de África
Evónio-dos-jardins (Euonymus japonicus ‘Aureopictus’) – arbusto perenifólio – cultivar duma espécie originária da China, Coreia, Japão
Madressilva (Lonicera japonica) – trepadeira semi-lenhosa, perenifólia – China, Japão
Cotoneáster (Cotoneaster horizontalis) – arbusto semi-perenifólio – China
Plátano (Platanus x acerifolia) – árvore caducifólia – híbrido de origem hortícola
Incenseiro (Pittosporum undulatum) – árvore perenifólia – Austrália
Violeteira-do-Brasil (Duranta erecta) – arbusto perenifólio – Flórida (EUA) até ao Brasil
Azinheira (Quercus rotundifolia) – árvore perenifólia – Península Ibérica, Norte de África
Escalónia (Escallonia bifida) – arbusto perenifólio – Brasil, Uruguai
Escalónia (Escallonia rubra) – arbusto perenifólio – Chile, Argentina
Plumas-de-seda (Pennisectum villosum) – herbácea – montanhas do Nordeste da África Tropical
Murta (Myrtus communis) – arbusto perenifólio – Mediterrâneo
Árvore-do-fumo ou Cotino (Cotinus coggygria) – arbusto semi-perenifólio – Sul da Europa até ao Centro da China
Aquilégia (Aquilegia cv.) – herbácea – origem hortícola
Lírio-dum-dia (Hemerocallis fulva) – herbácea – China, Japão
O Museu
O Coleccionador: Calouste Sarkis Gulbenkian
A paixão de Calouste Gulbenkian pela arte revela-se cedo. Como poderia ser de outro modo nesta família oriunda da Capadócia cuja cidade de origem Cesareia evoca naturalmente o nascimento das grandes religiões e consequentemente a paixão pelas artes? Quanto a Constantinopla que faz também parte do cerne da educação de Calouste Gulbenkian esta cidade era por excelência uma encruzilhada de civilizações (capital dos Romanos, depois dos Gregos e mais tarde dos Turcos Otomanos). Daí resultou uma paixão intrínseca pelas artes que se traduziu pela aquisição de uma colecção de obras de arte prodigiosa. É acima de tudo a beleza dos objectos que lhe interessa. Junta ao longo da vida, ao sabor das viagens e conduzido pelo seu gosto pessoal, por vezes após longas e laboriosas negociações com os melhores peritos e comerciantes especializados, uma colecção muito ecléctica, única no mundo. São hoje mais de 6000 peças, desde a Antiguidade até ao princípio do séc. XX. O seu apego às obras que vai adquirindo é tal que as considera suas filhas.
A colecção de pintura de Calouste Gulbenkian inclui obras de Bouts, Van der Weyden, Lochner, Cima de Conegliano, Carpaccio, Rubens, Van Dyck, Frans Hals, Rembrandt, Guardi, Gainsborough, Rommney, Lawrence, Fragonard, Corot, Renoir, Nattier, Boucher, Manet, Degas e Monet. De entre os trabalhos de escultura, figura o original em mármore da célebre Diana, de Houdon, que pertenceu a Catarina da Rússia, e que Gulbenkian adquiriu ao Museu Hermitage em 1930.
Ao longo dos anos, a colecção foi aumentando. Como medida de segurança, a colecção de Paris foi dividida e parte enviada para Londres. Em 1936, a colecção de arte egípcia foi confiada ao British Museum e os melhores quadros à National Gallery. Mais tarde, em 1948 e 1950, essas mesmas peças serão transferidas para a National Gallery of Art de Washington.
As delicadas deslocações das obras foram realizadas à custa de diligências fastidiosas e arriscadas. Era grande a preocupação de Gulbenkian no que respeitava à preservação do seu património e a forma de evitar o pagamento de impostos sobre o seu legado à medida que a sua colecção se ampliava. Em 1937, Calouste encetou discussões nesse sentido com Kenneth Clark, director da National Gallery em Londres para que a sua colecção ficasse num “Instituto Gulbenkian” naquela galeria. Esta iniciativa não tendo sido bem sucedida Calouste considerou mais tarde a National Gallery em Washington para onde tinha sido já transferida parte da sua colecção. Lord Radcliffe, o seu advogado britânico, torna-se o seu principal conselheiro e confidente no que respeita aos assuntos do seu património a partir de 1943. Não tendo sido tomada qualquer decisão até à morte de Calouste, acaba Radcliffe por assumir a solução desta questão. Sabe-se, no entanto, que Gulbenkian tinha muito empenho que a sua colecção ficasse sob um mesmo tecto para que as pessoas pudessem testemunhar o grande empreendimento criado por um só homem durante a vida.
Depois da sua morte e após árduas negociações com o Governo Francês e às condições em que o empréstimo à National Gallery of Art, de Washington, havia sido realizado, foi possível tornar este desejo realidade. A colecção completa veio para Portugal em 1960, tendo estado exposta no Palácio dos Marqueses de Pombal (Oeiras) entre 1965 e 1969.
Só 14 anos após a morte do ilustre coleccionador, o seu último desejo foi concretizado: o Museu Calouste Gulbenkian abriu as portas em Lisboa.
fonte: Fundação Calouste Gulbenkian
Arte Egípcia
Arte Greco-Romana
Arte da Mesopotâmia
Arte do Oriente Islâmico
Fragmento de tecido - Pérsia, Kashan, c. 1600 - Seda
Azulejo - Pérsia, período timúrida, século XV - Cerâmica, técnica de corda seca
Arte do Extremo Oriente
A História da Colecção
Calouste Gulbenkian começou a adquirir obras de arte, de modo sistemático, no final do século XIX, continuando a fazê-lo até 1953. A sua colecção inclui objectos de vários períodos e áreas: Arte Egípcia, Arte Greco-romana, Arte Islâmica e do Extremo Oriente e ainda Numismática, Pintura e Artes Decorativas europeias.
A frase “only the best is good enough for me” espelha bem os critérios de qualidade pelos quais se regia e a relação de afeição que desenvolvia com o objecto.
As suas peças eram adquiridas através de intermediários, directamente aos proprietários, públicos ou privados, ou em leilões. Apesar de um gosto definido, Calouste Gulbenkian sabia rodear-se de personalidades que o aconselhavam e nas quais confiava. Foi Sir Kenneth Clark, na altura director da National Gallery de Londres, que lhe aconselhou a compra, em 1943, do quadro As Bolas de Sabão de Manet. André Aucoc, joalheiro e ourives parisiense, teve um papel fulcral nas negociações com o Governo soviético para a compra, entre 1928 e 1930, de um importante espólio ao Museu do Hermitage em Leninegrado.
Quando desencantado com um objecto alienava-o da colecção sob a forma de presente, troca ou pagamento parcial.
Atento ao enriquecimento de colecções públicas, contribuiu com generosas ofertas, financeiras ou com peças, a instituições culturais como o Museu do Louvre, o Kunsthistorisches Museum de Viena ou o Museu Nacional de Arte Antiga de Lisboa.
Em 1938, com o núcleo da colecção definido, Calouste Gulbenkian manifestou o interesse em criar em Londres, junto à National Gallery, uma instituição que o pudesse albergar na totalidade. A esta ideia não foram alheios os recentes depósitos de algumas das obras maiores da sua colecção de pintura na National Gallery e de antiguidades egípcias no British Museum.
O projecto não viria a realizar-se, pelo eclodir da II Guerra Mundial e devido a incidente diplomático, ocorrido em 1942, quando o Governo inglês declarou Calouste Sarkis Gulbenkian como “technical enemy”, atribuição que vem a ser revogada no ano seguinte mas que Calouste Gulbenkian não esqueceria. Em 1947, aquando do restauro do edifício da National Gallery, em consequência dos bombardeamentos nazis, foi solicitado por Sir Philip Hendy, o novo director, para voltar a colocar em exposição as pinturas que cedera em 1938. O pedido não foi aceite até porque o anterior director, Sir Kenneth Clark, em quem o Coleccionador depositava total confiança, tinha-se entretanto demitido do lugar. Outra proposta para a criação em Londres de um Museu que albergasse a sua colecção viria a ser feita, no mesmo ano, por Sir Leight Ashton, o director do Victoria & Albert Museum. Ainda em 1947, idêntico convite foi feito pela National Gallery of Art, de Washington DC, propondo a Calouste Gulbenkian apresentar no seu espaço todas as obras que depositara em Londres. Assim, em 1948, foram enviadas para os Estados Unidos as antiguidades egípcias, depositadas no British Museum, e, em 1950, as pinturas cedidas à National Gallery de Londres.
O grande núcleo da colecção permaneceu contudo na sua casa na Avenue d’ Iéna, em Paris, imóvel que adquirira, em 1923, ao coleccionador Rodolphe Kann e que durante quatro anos sofreu grandes trabalhos de adaptação para instalar as obras de arte.
Quando Calouste Gulbenkian, em 18 de Junho de 1953, fez em Lisboa o seu testamento definitivo, decidiu que todas as suas obras de arte viessem para a capital portuguesa, e que, a par da Fundação que então se instituía, se edificasse um Museu para as proteger e exibir. O projecto de um Museu e da Fundação que projectara para Londres e que ponderara para Washington, seria deste modo materializado em Lisboa.
Enquanto se estudavam as propostas de edificação do Museu e da Sede da Fundação, é adquirido, em Oeiras, próximo de Lisboa, o Palácio Pombal que foi preparado para acolher as obras de arte na sua maioria provenientes de Londres, Washington e Paris.
De maior complexidade foram as negociações com o Governo francês que se opunha à saída de preciosidades provenientes dos Palácios Reais de Versalhes e Fontainebleau. Uma concertada acção jurídico-diplomática por parte da Administração da Fundação Gulbenkian, do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, e de André Malraux, então Ministro da Cultura do Governo francês, possibilitou a vinda para Lisboa, sem restrições, do resto da Colecção, o que viria a acontecer em 26 de Junho de 1960.
Pela primeira vez, sob um tecto provisório, as cerca de 6440 obras adquiridas por Calouste Gulbenkian, encontravam-se finalmente juntas como sempre sonhara.
A sua divulgação junto do público português foi feita através de apresentações de algumas obras em diversas exposições, nos inícios da década de 1960.
A partir de 20 de Julho de 1965, data do 10º Aniversário da morte do Fundador, cerca de 300 obras da Colecção Gulbenkian foram expostas ao público. Em 1969, as obras de arte deixaram o Palácio Pombal, para inaugurarem o novo Museu, finalmente “intact and grouped together as an entity”.
fonte: Fundação Calouste Gulbenkian
Arte Europeia
Arte do Livro
Pintura
Les Bretonnes au Pardon e detalhes - Pascal-Adolphe-Jean Dagnan-Bouveret (1852-1929) - França, 1887 - Óleo sobre tela
Escultura
São Martinho a cavalo partilhando a capa com um mendigo - França, 1531 - Calcário
Detalhe de “Flora” - Jean-Baptiste Carpeaux (1827-1875) - Londres, 1873 - Escultura em mármore
Artes decorativas
René Lalique
“Pavão” - René Lalique (1860-1945) - França, c. 1898-1900 - Peitoral em ouro, esmalte, opalas, diamantes
“Orquídeas” - René Lalique (1860-1945) - França, c. 1903-1904 - Diadema em marfim, chifre, ouro e topázio
Mais informação no site
0 Comentário(s):
Enviar um comentário
<< Home