AAPEF celebra Festa da Flor:
Quinta do Palheiro Ferreiro
A Quinta do Palheiro, localizada no sector oriental do anfiteatro do Funchal entre os 470 e os 570 metros de altitude, começou a ser edificada em 1804 pelo primeiro Conde de Carvalhal. Em 1885 foi comprada por John Burden Blandy, que encomendou ao arquitecto inglês Georges Somers Clark o projecto da sua residência, construída entre 1889 e 1901.
A maior Quinta da Madeira mantém-se na posse da família Blandy. Nos seus jardins identifiquei 631 espécies, sendo que algumas como as camélias e as proteáceas possuem imensos cultivares (variedades criadas para cultivo), o que alarga bastante a sua excepcional riqueza florística.
Para terminar a curtíssima visita ao vastíssimo e complexo património florístico das quintas, parques e jardins do Funchal, vou apresentar-vos cinco plantas amigas que fazem questão em nos receber floridas na Quinta do Palheiro Ferreiro neste fim de Abril.
A carocha (Calycanthus floridus) é um arbusto natural do Sudeste dos Estados Unidos da América, onde tem o sugestivo nome de “Carolina Allspice” devido ao aroma emanado das suas folhas quando friccionadas. As suas flores vermelho-acastanhadas são o mimo!
O botânico inglês Joseph Banks, integrou a primeira viagem científica à volta da Terra, comandada pelo Capitão Cook. Em 1770, identificou na Austrália espécies até então desconhecidas para a ciência europeia. Em homenagem ao seu labor científico, foi-lhe atribuído o género Banksia. Na Quinta do Palheiro Ferreiro vivem três espécies de Banksia. A Banksia Serrote (Banksia serrata) começa agora a florir.
A cerejeira do Japão (Prunus serrulata) com incontáveis e delicadas flores cor de rosa, é, só por si, um verdadeiro festival de beleza.
O Leucospermum reflexum é um arbusto da família das Proteáceas, natural das montanhas da região ocidental do Cabo na África do Sul. Esta planta distingue-se das congéneres pelas suas belíssimas cabeças florais com parte dos estiletes recurvados para baixo.
E sem mais perda de tempo, despeço-me na companhia do meu amigo Echium candicans, o popular Massaroco, endémico da nossa Ilha. Os ingleses chamam-lhe “Pride of Madeira” e tem beleza bastante para assumir-se como o símbolo do turismo madeirense, destronando a estrelícia que é natural da África do Sul.
texto e fotos de Raimundo Quintal