Plantação no Pico do Areeiro (17-06-2005)
Como já acontece mensalmente desde Outubro de 2001, um grupo de sócios da Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal passou o “Dia Mundial do Combate à Desertificação” (17 de Junho de 2006) a trabalhar na área que está a ser reflorestada com espécies indígenas junto ao Pico do Areeiro.
Os voluntários foram organizados em três grupos. Uns encarregaram-se da rega. Outros colocaram estilha nas caldeiras com o objectivo de fornecer matéria orgânica e reter a humidade no solo em torno das jovens plantas. O terceiro grupo teve de recolher o lixo que alguns visitantes teimam em abandonar na montanha.
Enquanto muito boa gente ficou calada e inactiva à espera da implantação do radar, nós dissémos não a essa cara (40 milhões de euros) e desnecessária instalação militar e ajudámos a natureza a recuperar a sua fisionomia numa zona vítima de séculos de desertificação motivada pelo pastoreio intensivo, pelos cortes descontrolados e pelos incêndios.
O resultado de quase cinco anos de trabalho persistente está à vista. As imagens valem mais que todas as palavras. Um oásis está a crescer num deserto de montanha!
No próximo dia 11 de Julho a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal completará 10 anos de vida. Momento ideal para a realização dum colóquio e duma exposição sobre o nosso percurso e equacionarmos os desafios que se colocarão no domínio da recuperação do coberto vegetal da alta montanha, da biodiversidade, dos recursos hídricos e dos riscos de cheias.
Aos 1750 metros de altitude os loureiros (Laurus novocanariensis) e os cedros-da-madeira (Juniperus cedrus ssp. maderensis) plantados no Inverno 2001-2002 já são bem visíveis numa área onde há seis anos apenas aflorava a rocha, como, de resto, ainda acontece na maior parte das terras altas da cordilheira central.
O programa do colóquio "Oásis num Deserto de Montanha" está disponível neste blog (clique aqui para o consultar).
Texto e fotos de Raimundo Quintal