Passeio pedestre:
Boaventura - Arco de S. Jorge
(19-11-2005)
Desta vez foram cerca de 30 sócios e mais alguns amigos que se juntaram para um percurso que pretendia dar a conhecer os primeiros quilómetros da Levada dos Tornos, da sua origem na vizinhança do Lombo do Urzal até à Fajã do Penedo.
No entanto, o mau tempo trazido pelos ventos fortes de sudoeste comprometeu este programa, o que acabou por não ser um problema uma vez que logo à partida do Funchal ficámos a saber que teríamos outras alternativas.
Na primeira parte da viagem, foi abordada a problemática das alterações aos leitos de alguns cursos de água, nomeadamente obras recentes que foram feitas nas margens da Ribeira Brava e da Ribeira de S. Vicente, que tivemos oportunidade de apreciar in loco.
Chegados a S. Vicente o grupo pode finalmente deixar o autocarro e caminhar estrada acima até à Capelinha, no topo do Pico da Cova. O panorama que daqui se abrange permite uma visão ampla sobre o deslumbrante vale de S. Vicente, o que foi o ponto de partida para falar da sua história geológica. Na sequência de uma erupção vulcânica ocorrida há pouco menos de 900.000 anos no rebordo do Paul da Serra, as escoadas lávicas resultantes desceram até à foz da ribeira, bloqueando a sua saída para o mar.
Hoje podemos ver como o trabalho ininterrupto das águas da Ribeira acabou por furar através do basalto e recuperar o acesso ao mar.
Pelo caminho fomos encontrando diversas espécies da flora e vegetação autóctones. Também uma infestante que se tem dado muito bem por aquela zona e vai alastrando pelos campos vizinhos da Capelinha. Talvez também por ser bonita.
Azevinho (Ilex canariensis) - pequena árvore indígena | Bandeira Espanhola (Lantana camara) - arbusto originário da América do Sul |
Foguetes (Kniphofia x uvaria) - herbácea natural da África do Sul | Anoneira (Annona cherimola) - árvore indígena do Equador e Peru |
Etapa seguinte: perante a incerteza das condições meteorológicas (embora o Sol brilhasse a espaços na costa Norte, caía um temporal sobre a vertente Sul da ilha) e o anúncio de que um aluimento sobre a levada dos Tornos numa secção do percurso reduziria a caminhada ao curto trajecto até à sua origem, acabou por ser escolhida uma das alternativas — caminhar pela antiga vereda da Entrosa, que liga a Boaventura ao Arco de S. Jorge, atravessando a velha ponte sobre a Ribeira do Porco.
Incenseiro (Pittosporum undulatum) - originária da Austrália e apesar da sua beleza é infestante na Madeira |
Chegados ao Arco de São Jorge, encontrámos um novo ponto de interesse na costa Norte — o Museu do Vinho e da Vinha. A visita que efectuámos desenvolve-se noutro artigo.
Voltando à estrada, dirigimo-nos ao nosso destino final, mesmo ali ao lado — os jardins da Quinta do Arco. No entanto, o mesmo S. Pedro que se revelou tão benevolente connosco ao longo do dia, acabou por nos “cortar o crédito” à entrada do roseiral presenteando-nos com um pequeno dilúvio que nos obrigou a abreviar a visita.
Lycianthes rantonnettii - flor sem designação vulgar, é natural da América do Sul. | Papaieira (Caryca papaya) - árvore da América do Sul |
2 Comentário(s):
Pois é, com este grupo não há temporal que nos páre!! Este é o espirito de aventureiros verdadeiros que não esquecem nunca as regras de segurança. Gostei muito do dia alternativo, pena que no roseiral a chuva não nos tivesse permitido ouvir a descrição de todas as centenas de rosas..hehehehe
Temos uma optimista no grupo. Centenas? Parece que são mais de mil... :o)
http://www.quintadoarco.com
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