Dia Mundial da Conservação da Natureza — hoje e sempre
Criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1988, o Dia Mundial da Conservação da Natureza é celebrado todos os anos a 28 de Julho, o que é manifestamente pouco.
O trabalho em prol da Conservação da Natureza não pode ter tréguas, à escala mundial, nacional, regional e local.
A Conservação da Natureza é incompatível com as guerras, com o ódio, com a morte diária de milhares de seres humanos provocada pela água contaminada e pela falta de comida.
A Conservação da Natureza é impossível sem coragem política para ordenar o uso do solo e a preservação da biodiversidade.
Porque o Dia da Conservação da Natureza deve ser hoje e sempre, aqui ficam algumas imagens da actividade de erradicação de plantas invasoras e de sementeira de espécies nativas, realizada no último Sábado no Campo de Educação Ambiental do Santo da Serra, onde, desde Abril de 2019, decorre um processo de restauração da Laurissilva.
Próxima actividade: manutenção no Campo de Educação Ambiental do Santo da Serra — Eva e Américo Durão Sábado, 26 de Julho de 2025
O Campo de Educação Ambiental do Santo da Serra — Eva e Américo Durão está cada vez mais bonito e rico em biodiversidade. Mas para isso precisa dos nossos cuidados. As plantas que lá vivem agradecem.
Este SÁBADO voltamos lá para mais uma actividade de manutenção.
Terminou mais um festival músico-ruidoso, densamente populoso no Parque de Santa Catarina.
Após uma visita realizada no início desta tarde de domingo, reforcei a opinião que tinha quando exerci as funções de Vereador do Ambiente, Educação e Ciência, entre Janeiro de 1994 e Janeiro de 2002: - este Parque não aguenta a carga humana e a parafernália de equipamentos que este e outros eventos lhe impõem.
Entretanto, o Pavilhão Multiusos do Tecnopólo, construído para concertos e afins, foi transformado em armazém dos CTT!
Amanhã, com que motivação vão trabalhar os jardineiros no Parque de Santa Catarina?
A data das eleições para as autarquias locais já está marcada. Faltam pouco mais de dois meses para os funchalenses elegeram a equipa que irá liderar os destinos do concelho nos próximos quatro anos.
Até ao momento não ouvi, nem li uma ideia sobre o que os partidos e coligações pensam relativamente aos espaços verdes do Funchal.
O Funchal deverá ser tratado com sensibilidade e conhecimento científico. Não pode ser governado, sob a influência de muitos decibéis e de pressões populistas.
Muito se tem falado das plantas invasoras na Laurissilva e especialmente nos ecossistemas dos píncaros da ilha.
Há muita gente a falar, mas poucos a trabalhar persistentemente.
O combate às invasoras no quarto andar fitoclimático, especialmente a giesta e a carqueja (tojo) deve ser assumido como um desígnio do povo madeirense. Governo, autarquias, população, todos, mesmo todos, devem empenhar-se no corte e arranque antes do período de frutificação para evitar a produção e difusão de novas sementes.
A Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal, desde Julho de 1996, está empenhada na guerra às invasoras e na sementeira e plantação de espécies endémicas.
Há 29 anos, quando iniciámos a nossa missão, não havia um massaroco (Echium candicans) na área do Pico do Areeiro. Agora florescem milhares!
Com o fogo criminoso de Agosto de 2010, que arrasou o maciço montanhoso oriental, a flora indígena sofreu um grande revés e as espécies pirófilas exóticas (giesta, carqueja, feiteira) ficaram com caminho livre para avançar.
Porque houve muito falatório e pouco combate no terreno, o resultado está à vista. As serras, em Maio, Junho e Julho ficam cobertas de vistoso e perigoso amarelo.
Realisticamente, dadas as dimensões do fenómeno é impossível a total erradicação. Mas é possível travar o avanço das invasoras, inverter o processo e ajudar o regresso das espécies primitivas. Com fundamentação científica e trabalho persistente, podemos participar na restauração da biodiversidade.
Hoje, mais uma vez, estamos no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha e na área adjacente do Parque Ecológico a cortar giesta e carqueja, e a libertar espaço para os loureiros, os cedros-da-madeira, os sanguinhos, os perados, os fustetes, os piornos, as faias-das-ilhas, as sorveiras, as estreleiras, as uveiras-da-serra, os massarocos, os paus-brancos, as orquídeas-da-serra, as roseiras-bravas, as malfuradas, as cabreiras, as ervas-de-coelho, os alindres, os aipos-da-serra.
Quem tiver dúvidas, que venha cá acima e compare a vegetação da nossa área de intervenção, com o resto da serra.
Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal
Primeira associação madeirense reconhecida como Organização Não Governamental para o Ambiente de Âmbito local - O.N.G.A. nº 99 Instituição de Utilidade Pública