26 setembro 2010

Trabalho Voluntário no Pico do Areeiro
(25 de Setembro de 2010)

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O que o fogo destruiu em poucas horas na cordilheira central da Ilha da Madeira, demorará muitos anos a recuperar e exige um longo e paciente trabalho com o objectivo de evitar que a nova sucessão biológica seja dominada por espécies pirófilas oportunistas, que pintarão de verde o deserto pedregoso mas que criarão enormes dificuldades à recuperação da biodiversidade dum ecossistema que a União Europeia adoptou como Zona Especial de Conservação da Rede Natura 2000.

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A expansão da carqueja (Ulex europeus) e da giesta (Cytisus scoparius) ou a plantação de resinosas exóticas como espécies pioneiras são práticas contraditórias com a filosofia conservacionista da Rede Natura 2000. Assim sendo, na extremidade mais alta do Parque Ecológico do Funchal, no Pico do Areeiro, e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha apenas deverão ser plantadas espécies indígenas para que paisagem reencontre o caminho certo em direcção ao estado natural.

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No Sábado passado mais de meia centena de voluntários trabalharam afincadamente na limpeza das árvores e arbustos queimados, tarefa que se estenderá por muitos meses. Mas não se limitaram a cortar. Nas áreas de maior declive, colocaram os troncos e os ramos ao longo das curvas de nível, formando barreiras contra a erosão.

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Os ramos mais finos estão a ser estilhaçados para produzir composto, que será muito importante no enriquecimento do solo e na taxa de sucesso da plantação.

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Entretanto, na área plana do Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha, onde há disponibilidade de água de nascente, foram plantados os primeiros loureiros.

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Para o próximo Sábado (2 de Outubro) a Associação dos Amigos do Parque Ecológico irá fazer um percurso pedonal, que para além dos habituais objectivos de análise e interpretação da paisagem, visará a colheita de sementes de espécies indígenas.

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No Sábado seguinte (9 de Outubro) voltaremos ao trabalho no Pico do Areeiro, que foi uma das principais atracções turísticas da Madeira e que infelizmente está desfigurado pelo negro do fogo e pela enorme bola branca do radar militar.

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Fotos de Marcelino Silva e Raimundo Quintal

Próxima actividade no viveiro de plantas endémicas
(4ª feira, 29 de Setembro)

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O viveiro de plantas endémicas que estamos a criar num espaço cedido pelo Hotel Jardins do Lago continua a crescer. Esta quarta-feira, dia 29, precisamos de ajuda para plantarmos pequenos loureiros em vasos.

Estas plantas, que nos foram gentilmente cedidas por uma propriedade privada, serão usadas na reflorestação da plantação no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha logo que tenham o tamanho adequado.

Quem puder colaborar deverá se inscrever para elda_sousa@sapo.pt. O encontro dos voluntários será às 10h30 junto à entrada do parque de estacionamento do Hotel Jardins do Lago, na Achada.

Desde já agradecemos a vossa ajuda.

19 setembro 2010

Limpeza das áreas ardidas no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha (18 de Setembro de 2010)

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Durante todo o dia de ontem cerca de 50 voluntários estiveram a trabalhar de limpeza da vegetação ardida e na preparação do terreno para as futuras plantações no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha.

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No Pico do Areeiro, mais concretamente na cabeceira da Ribeira de Santa Luzia, os voluntários estiveram empenhados no corte de pinheiros e na construção de barreiras ao longo das curvas de nível, com o objectivo de refrear a erosão e acumular o solo necessário à fixação das espécies indígenas que ali plantaremos nos próximos anos, substituindo o pinhal criado nas décadas de vinte e trinta do século XX e que, para além deste, já tinha sido vítima duma longa série de fogos.

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A Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal, apesar do forte revés sofrido em Agosto, continua empenhada no projecto "Oásis no Deserto de Montanha", que visa o retorno da biodiversidade à cordilheira central da Ilha da Madeira, vítima de séculos de incêndios, pastoreio intensivo e cortes de lenha.

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A persecução desse objectivo exigirá um empenhamento de muitos anos, pelo que o voluntariado em defesa da Natureza deverá ser um desígnio da sociedade madeirense. Neste aspecto é digno de registo e apreço o empenho que a direcção da AMI regional tem tido na divulgação do nosso trabalho e na angariação de voluntários.

No próximo Sábado (25.09.10) voltaremos às serras sobranceiras ao Funchal. Precisamos de mais braços e entusiasmo!

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fotos de Emanuel Rocha, Evangelina Sousa e Raimundo Quintal

‘Notícia da Semana’ no programa ‘Biosfera’ de hoje


in programa ‘Biosfera’ de 19 de Setembro de 2010, RTP2

Para ver programa completo ou o arquivo de programas anteriores pode visitar a página respectiva no site da RTP.

12 setembro 2010

Voluntários limpam as áreas ardidas
e preparam o terreno para as novas plantas

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Só quem sobe até aos píncaros da ilha consegue aperceber-se da verdadeira dimensão da catástrofe ecológica, que em 48 horas arrasou as melhores formações arbustivas de altitude, queimou importantes áreas de Laurissilva, fracturou o basalto, calcinou os solos, abriu enormes corredores para a erosão torrencial e transformou a cordilheira central num monstruoso deserto.

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A maioria dos madeirenses ainda não se consciencializou da gravidade da situação das bacias hidrográficas das três ribeiras que atravessam o Funchal, da Ribeira dos Socorridos, da Ribeira Brava, da Ribeira do Porto Novo, da Ribeira de Santa Cruz, da Ribeira da Metade e da Ribeira Seca do Faial.

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Para que a Natureza volte a ter um aspecto parecido com o que ostentava a 12 de Agosto serão necessárias várias décadas e muita ajuda humana. Mais importante do que os milhões de euros que serão gastos nas empreitadas de limpezas e plantações, será o investimento na educação dum povo que, apesar das muitas derrotas infligidas pelas forças da Natureza, continua a revelar uma angustiante falta de cultura de prevenção e uma enorme dificuldade em mobilizar-se em torno de projectos com objectivos que estejam para além dos interesses materiais imediatos.

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Este Sábado, 75 voluntários estiveram no Pico do Areeiro e no Campo de Educação Ambiental do Cabeço da Lenha empenhados numa árdua e negra tarefa de ajudar a Natureza a iniciar o longo percurso de recuperação da biodiversidade destruída pelo fogo nos dias 13 e 14 de Agosto.

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Todos foram extraordinários neste exercício de cidadania, mas é justo fazer uma referência especial à equipa dos Bombeiros Voluntários de Câmara de Lobos que, após muitos dias e muitas noites a enfrentar o fogo, esteve a trabalhar empenhadamente no corte de árvores e arbustos queimados e na sua colocação ao longo das curvas de nível com o objectivo de travar a erosão e fixar os solos para as futuras plantações de espécies indígenas.

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As fotografias dão uma ideia do trabalho realizado e do muito que há para fazer. No próximo Sábado a Associação dos Amigos do Parque Ecológico do Funchal voltará à serra. Venha connosco!

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A redução dos riscos das cheias repentinas e a diminuição do número e da dimensão dos fogos florestais só será possível quando as tarefas de recuperação e conservação da Natureza constituírem um desígnio da sociedade madeirense.

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fotos de Emanuel Rocha e Raimundo Quintal